PRIMEIRA GRAVIDEZ DE RINOCERONTE POR FERTILIZAÇÃO IN VITRO DO MUNDO PODE SER CAPAZ DE SALVAR A ESPÉCIE; ENTENDA
Primeira gravidez de rinoceronte por fertilização in vitro do mundo pode ser capaz de salvar a espécie; entenda
Cientistas usam rinocerontes do sul para preservar os norte da extinção, já que hoje restam apenas duas fêmeas inférteis no planeta
Por O Globo e agências internacionais
24/01/2024 12h10 Atualizado há uma semana
Cientistas conseguiram realizar a primeira gravidez de rinoceronte por fertilização in vitro (FIV) no mundo, transferindo com sucesso um embrião de rinoceronte criado em laboratório para uma mãe substituta. A movimentação bem-sucedida do embrião abre caminho para o uso da técnica, que busca salvar os rinocerontes do norte da extinção: hoje, restam apenas duas fêmeas inférteis no planeta.
O procedimento foi realizado com rinocerontes brancos do sul, uma subespécie relacionada aos do norte. Os rinocerontes brancos do norte eram encontrados em toda a África central, mas a caça ilegal, impulsionada pela demanda por chifres de rinoceronte, dizimou a população. As duas fêmeas restantes, Fatu e Nijin, permanecem sob proteção armada 24 horas por dia em uma reserva no Quênia.
Uma equipe internacional de pesquisadores da BioRescue, um consórcio que visa interromper extinções, realizou o trabalho. Em setembro do último ano, os cientistas transferiram dois embriões de rinocerontes brancos do sul para “mães de aluguel” na Reserva de Conservação Ol Pejeta, no Quênia, resultando em uma gravidez bem-sucedida.
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O projeto levou anos e precisou superar muitos desafios: desde descobrir como coletar ovos até criar os primeiros embriões. Foram necessárias 13 tentativas para alcançar a primeira gestação. O embrião, feito com o óvulo de uma fêmea branca do sul de um zoológico na Bélgica e fertilizado com esperma de um macho na Áustria, foi transferido para uma fêmea substituta branca do sul do Quênia, que ficou grávida.
O sucesso, no entanto, foi seguido por uma tragédia: 70 dias após a gravidez, a mãe substituta morreu após ser infectada por Clostridia, uma bactéria encontrada no solo e que pode ser fatal para os animais. Uma autópsia revelou que o feto masculino de 6,5 cm estava se desenvolvendo bem e tinha 95% de chance de nascer vivo. Mostrou, também, que a técnica havia funcionado, e que uma gravidez por FIV era possível.
— Alcançar a primeira transferência bem-sucedida de um embrião em um rinoceronte é um grande passo — disse Susanne Holtze, cientista do Instituto Leibniz para Pesquisa em Zoológicos e Vida Selvagem na Alemanha, à BBC. — Mas agora, com essa conquista, estamos muito confiantes de que seremos capazes de criar rinocerontes brancos do norte da mesma maneira, e que seremos capazes de salvar a espécie.
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