Confira
detalhes dos testes da COVID-19 nos EUA, chave para suspender o confinamento
postado em 15/04/2020 19:30
Antes de suspender as restrições para conter a
pandemia do novo coronavírus, impostas desde março nos Estados Unidos, os
especialistas repetem que é necessário detectar maciçamente a doença para
controlar um possível ressurgimento e reagir com rapidez suficiente.
"Nosso sistema de testes é excelente",
disse o presidente Donald Trump na terça-feira (14). Já o líder da oposição
democrata no Senado, Chuck Schumer, não pensa o mesmo: "A capacidade de
testar no país é perigosamente insuficiente".

Confira a seguir os detalhes dos testes de
rastreamento de coronavírus no país, que nesta quarta (15) somava mais de
600.000 casos confirmados e 27.000 mortes por COVID-19.
- Os números -
Os Estados Unidos realizaram 3,1 milhões de testes
até o momento, de acordo com o Covid Tracking Project.
O número começou a aumentar no final de março e
atualmente está crescendo em cerca de um milhão por semana. Em números
absolutos, o número é superior ao de qualquer outro país.
Os italianos fizeram cerca de um milhão de testes e
a Coreia do Sul avaliou cerca de 500.000 casos, de acordo com o site Our World
in Data, que coleta dados globalmente, com a ressalva de que as estatísticas
geralmente são incompletas e imprecisas.
As diferenças se referem ao número de testes e ao
número de casos, já que uma pessoa pode ser testada várias vezes ou com duas
amostras de cada vez.
Nos Estados Unidos, isso varia de estado para
estado. E a visão muda em relação à população como um todo: os Estados Unidos
têm 329 milhões de habitantes.
Na
Itália e na Coreia do Sul, mais pessoas foram avaliadas proporcionalmente:
cerca de 18 e 10 testes por 1.000 habitantes, respectivamente. Nos Estados
Unidos, foram realizadas 9 avaliações para cada 1.000 habitantes. Na Islândia,
um pequeno país com uma população de 364.000 habitantes, foram realizados 100
testes para cada 1.000 habitantes, cobrindo 10% da população.
- Capacidade -
Até o final de fevereiro, os testes eram
centralizados em Atlanta, na sede do Centro de Controle de Doenças (CDC), que
havia desenvolvido seu próprio teste de diagnóstico. Mas não conseguiu produzir
testes para laboratórios públicos nos estados.
Em 29 de fevereiro, o governo federal
autorizou laboratórios privados a realizar seus próprios testes. Mas esses
atores, cujos maiores representantes são os grupos LabCorps e Quest, estão em
baixa capacidade há semanas, criando um atraso.
No início de abril, um funcionário de um
hospital da Virgínia disse à AFP que esperava de cinco a sete dias para receber
os resultados.
Esses atrasos foram superados, anunciou a
Associação Americana de Laboratórios Clínicos na quarta-feira.
Ainda assim, observou, existe
"capacidade considerável não utilizada".
Os testes rápidos também chegaram ao
mercado, usando máquinas que já estão amplamente presentes em clínicas e
consultórios médicos: o Abbott's - ID NOW - oferece um resultado em quinze
minutos.
Um problema adicional é que, em muitos
lugares, por exemplo, em Washington DC, as pessoas não podem fazer testes.
Para fazer isso, devem ter sintomas e
consultar um médico, mesmo quando se sabe que existe um número significativo de
pacientes assintomáticos.
- Custos -
Os testes devem ser gratuitos, graças a uma
lei aprovada pelo Congresso em 18 de março.
- Testes com uma gota de sangue -
Os testes descritos indicam se uma pessoa
está infectada ou não. Mas a chave para suspender as medidas de contenção será
saber quem, no passado, foi infectado e é potencialmente imune a um novo
contágio.
Para descobrir, existe outro tipo de teste
mais simples, começando com uma gota de sangue: testes de sorologia, que
procuram anticorpos. Estes são um tipo de memória do sistema imunológico, que
aparece após uma infecção.
As autoridades querem desenvolver esses
testes na esperança de ajudar a determinar quem pode retornar com segurança ao
trabalho.
Mas eles ainda não estão amplamente
disponíveis. E sua qualidade varia, um tanto agravada pelo fato de que a
agência farmacêutica americana, a FDA, após os atrasos, autorizou a indústria a
produzir e distribuir testes sem aprovação.
A gigante médica Abbott anunciou
quarta-feira que enviará um milhão desses testes e chegará a um total de quatro
milhões até o final de abril.
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