MEDITAÇÃO AJUDA NO TRATAMENTO DA DOR DE CABEÇA, APONTA ESTUDO

  Meditação ajuda no tratamento da dor de cabeça, aponta estudo

Meditação ajuda no tratamento da dor de cabeça, aponta estudo

Pacientes que praticam a atenção plena – ou mindfulness – tiveram uma redução superior a 50% da frequência das crises de cefaleia em comparação com os dados do início da pesquisa


Por Fernanda Bassette | Agência Einstein

29/01/2024 09h34  Atualizado há um dia


Um estudo italiano aponta que realizar técnicas de atenção plena (mindfulness) diariamente traz diversos benefícios para pacientes, entre eles, o alívio da dor para quem sofre de enxaqueca crônica e cefaleia por uso excessivo de medicamentos. Os pesquisadores sugerem que a técnica de meditação é uma boa opção de terapia complementar no manejo da dor.

A enxaqueca crônica é caracterizada por 15 ou mais dias de cefaleia por mês e pelo uso excessivo de medicamentos agudos para controle da dor por pelo menos três meses. São pacientes que, devido ao problema, limitam atividades diárias e têm impactos na vida pessoal e social. Para esses casos, existem tratamentos farmacológicos e não farmacológicos já conhecidos, mas alguns estudos têm apontado que abordagens baseadas na atenção plena podem ser benéficas.


A partir dessa hipótese, os pesquisadores do Instituto Neurológico Carlo Besta, em Milão, na Itália, que é especializado no tratamento de cefaleias, resolveram avaliar 177 pacientes que foram divididos em dois grupos: o de tratamento usual, que recebeu orientações sobre reduzir os medicamentos usados em excesso, cuidados de saúde adequados, estilo de vida e uso correto de remédios; e o segundo, que recebeu as mesmas orientações, mas associadas à intervenção da prática de mindfulness.

Os participantes fizeram seis sessões de meditação presenciais de 90 minutos em grupo (uma vez por semana), além de orientação de prática individual diária com duração de 7 a 10 minutos. Eles foram instruídos e treinados a usar a técnica em casa, em que o objetivo é se concentrar na respiração, reconhecendo os pensamentos, sentimentos e emoções emergentes. Os pacientes também foram incentivados a compartilhar as informações sobre a dor de cabeça, aceitar melhor a doença e reconhecer quando necessitam ou não de medicamentos.

Após um ano, o grupo que recebeu as intervenções de atenção plena teve uma redução superior a 50% da frequência das crises de cefaleia em comparação com os dados do início do estudo, superando o que fez apenas o tratamento usual. Isso foi observado por 78,4% dos participantes que praticaram a atenção plena contra 48,3% dos que receberam o tratamento padrão. Além disso, o grupo da meditação também aumentou o tempo produtivo, melhorou a qualidade de vida e relatou uma redução na ingestão de medicamentos e nos gastos totais (diretos e indiretos) relacionados à saúde.


Segundo Maria Ester Azevedo Massola, coordenadora da Equipe de Medicina Integrativa do Hospital Israelita Albert Einstein, esses resultados são importantes porque destacam o potencial das práticas de atenção plena como uma abordagem complementar para o tratamento da cefaleia.

Ela destaca que os resultados são relevantes, uma vez que o uso excessivo de medicamentos está associado à cronificação da enxaqueca. “A redução no consumo de remédios contribui para a prevenção do problema, ao mesmo tempo em que a diminuição no impacto das cefaleias pode promover uma melhoria substancial na capacidade funcional e na qualidade de vida dos pacientes”, disse.

Massola lembra ainda que já existem algumas evidências que sugerem benefícios da meditação no controle da dor de cabeça, principalmente estudos associando a Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC) e mindfulness.


Fonte:https://revistagalileu.globo.com/saude/noticia/2024/01/meditacao-ajuda-no-tratamento-da-dor-de-cabeca-aponta-estudo.ghtml

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