TELESCÓPIO JAMES WEBB FOTOGRAFA "GALAXIA FANTASMA" A 32 MILHÕES DE ANOS-LUZ

  

Imagem gerada, após uma combinação de dados do Webb com o Hubble, da M74 (Foto: ESA E Nasa)

Imagem gerada, após uma combinação de dados do Webb com o Hubble, da M74 (Foto: ESA/Nasa)


  • REDAÇÃO GALILEU
 ATUALIZADO EM 

Desde seu lançamento, no dia 25 de dezembro de 2021, o Telescópio James Webb tem produzido muitas imagens de tirar o fôlego. Algumas delas foram divulgadas nesta segunda-feira (29) e apresentam a galáxia M74 como nunca antes vista. Conhecida como “Galáxia Fantasma”, ela se tornou objeto de estudo por conta de sua localização privilegiada no campo de visão terrestre.


Em nota oficial da Agência Espacial Europeia (ESA), a galáxia é caracterizada por pertencer a uma classe especial de galáxia espiral. Conhecida como “espiral de grande design”, a M74 tem braços espirais bem proeminentes e definidos, ao contrário de outras formações galáticas que possuem uma estrutura irregular.

Nas imagens, é possível observar delicados filamentos de gás e poeira nos espirais de M74 que se estendem para o centro da imagem. Por conta da alta definição do processamento do James Webb, também dá para ver que a região nuclear não contém gás.

Além promover um melhor entendimento do design da galáxia, as imagens revelaram áreas particularmente brilhantes de formação de estrelas, que são conhecidas como regiões HII. 

Imagens capturadas de diferentes telescópios. Na extrema esquerda, é a imagem do Telescópio Hubble. No centro, é a combinação dos dados do  Hubble com o Webb e na extrema direita, é somente do Webb (Foto: ESA E Nasa)

Imagens capturadas de diferentes telescópios. Na extrema esquerda, é a imagem do Telescópio Hubble. No centro, é a combinação dos dados do Hubble com o Webb e na extrema direita, é somente do Webb (Foto: ESA E Nasa)

Estando a uma distância de 32 milhões de anos-luz da nossa Terra, a qualidade das imagens da M74 só se manteve por conta do Mid-InfraRed Instrument (Miri), instrumento que foi projetado para estudar as primeiras fases de formação do Universo local. O Miri é composto por uma câmera e um espectrógrafo que observa a radiação infravermelha de 5 a 28 mícrons, o que possibilita que as imagens de galáxias distantes sejam captadas com uma maior nitidez. 

Essas imagens com melhor definição produzidas pelo Webb permitem que os astrônomos identifiquem novas informações sobre o Universo. É possível, por exemplo, analisar regiões de formação de estrelas, medir com precisão massas e idades de aglomerados estelares e obter informações sobre a natureza dos pequenos grãos de poeira à deriva no espaço interestelar.

Os dados retirados da “Galáxia Fantasma” fazem parte de um projeto da Nasa sobre física em alta resolução angular em galáxias próximas (FHANGS). Por meio de infravermelho, a iniciativa mapeia 19 galáxias formadoras de estrelas próximas à Terra, observadas anteriormente pelo Telescópio Hubble e por observatórios terrestres.

Agora, o objetivo dos cientistas é combinar os dados de telescópios que operam em todo o espectro eletromagnético para que consigam obter mais informações variadas sobre os objetos astronômicos do que ao utilizar somente um único observatório.

Por isso, as imagens de um mesmo ponto tiradas pelo telescópio Hubble estão sendo utilizadas, uma vez que a frequência dele é de comprimentos de onda ultravioleta e visível. Asism, as informações se complementam com as do Webb, que capta comprimentos de onda infravermelhos do Webb. Com a combinação dos dados dos dois telescópios, é possivel ter um melhor vislumbre do espaço.

Fonte:https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2022/08/telescopio-james-webb-fotografa-galaxia-fantasma-32-milhoes-de-anos-luz.html


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