QUAL O MELHOR DOS SENTIDOS? CIENTISTAS DEBATEM PARA DECIDIR

  

Flor (Foto: Pixabay)

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  • REDAÇÃO GALILEU
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Se existe algo que o Twitter nos ensinou é que todo mundo adora perguntas que parecem bobas, mas na verdade têm respostas profundas e interessantes. Prova disso é o debate recente entre cientistas para tentar identificar qual é o melhor dos cinco sentidos. A questão levantou outras mais profundas, por exemplo: o que torna um sentido mais ou menos valioso? E há sentidos fundamentalmente mais importante que outros para nos tornar humanos?

A pergunta foi colocada em votação e o vencedor foi a sensação somática, sistema sensorial mais conhecido como tato. Mas será que ele se sustenta se observarmos as evidências científicas?

Perdendo o corpo
Nós precisamos da sensação somática para nos movermos com sucesso — até mais do que a visão. Tal conclusão é constatada nos raros casos de pessoas que perderam tal sentido. Esses pacientes perderam algumas ou todas as sensação de tato, assim como as de sentir posição e movimento dos órgãos. Isso pode ocorrer porque o corpo ataca seus próprios nervos de sensação somática, mas na maioria dos casos a causa não é clara.

A importância deste sentido fica clara, por exemplo, quando pensamos no efeito dele em outros sentidos. Por exemplo, o paladar é um dos afetados sem sensação somática — qualquer um que tenha experimentado comer após uma anestesia bucal conhece o desafio.

Toque (Foto: Pixabay)

Toque (Foto: Pixabay)

Outro subcomponente é o sistema vestibular, crítico para nos manter em pé. Se você já sentiu enjoo ao viajar de carro, entende bem o que isso significa. De forma breve, os olhos enviam sinais ao cérebro de que o corpo está em movimento, mas o sistema vestibular avisa que o corpo está parado. Esse conflito gera tontura, náusea e desequilíbrio.

Dor e percepção de temperatura também entram na categoria de sensação somática. Nascer sem sensibilidade à dor é raro e altamente perigoso. Alguns especialistas inclusive argumentam que a incidência talvez seja subestimada, porque os pacientes não vivem o suficiente para serem documentados.

O tato é um sentido fundamental para a humanidade. É o primeiro a se desenvolver em um feto no útero e tem impacto significativo em nossas vidas: pode influenciar nosso comportamento, moldar o desenvolvimento cerebral, diminuir a ansiedade e a resposta à dor em bebês.

Visão versus tato
Por outro lado, do ponto de vista da neurociência, é fácil enxergar (sem trocadilhos) porque a visão vai bem nas pesquisas. É que o cérebro parece ter um foco na visão, dedicando uma grande parte do córtex para este sentido.

Essa alta dependência da visão significa que, se existir conflito entre o que dois sentidos dizem, a visão geralmente vai fazer nossa percepção final combinar com as informações visuais.

A visão também nos permite ler, escrever e criar arte. Você pode ver os rostos de pessoas queridas, ou identificar perigo de longe. Mas talvez só pensamos que este é um sentido crucial porque é o mais evidente em nossas experiência cotidiana. Nas palavras de Kevin Wright, professor assistente de neurociências na Universidade do Oregon, que publicou a enquete sobre qual seria o melhor sentido, as pessoas talvez identifiquem a visão como o sentido mais importante porque “temos mais consciência da visão em contraste com as funções do tato”.

E o resto?
Então isso significa que os outros sentidos são menos importantes? Não necessariamente. O olfato, por exemplo, é tão antigo quanto complexo e é o único que é processado diretamente pelo córtex. E, sem a audição, é impossível apreciar música. Isso basta. Mas, no fim das contas, é o tato que nos mantém vivos, em pé e em movimento.

Texto traduzido e condensado do site The Conversation. 

Fonte:https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2019/05/qual-e-o-melhor-dos-sentidos-cientistas-debatem-para-decidir.html


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