INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PODE DIAGNOSTICAR E DETECTAR SINAIS PRECOCES DE ALZHEIMER EM PADRÕES DE FALA, MOSTRA ESTUDO

  

Cientistas dos Estados Unidos conseguem diagnosticar Alzheimer usando inteligência artificial. FreePik — Foto:
Cientistas dos Estados Unidos conseguem diagnosticar Alzheimer usando inteligência artificial. FreePik

IA pode detectar sinais precoces de Alzheimer em padrões de fala, mostra estudo

Pesquisador diz que as descobertas podem levar a um teste de triagem simples para detecção precoce de comprometimento cognitivo

Por Redação Galileu

16/04/2023 14h16  Atualizado há 6 meses

 

Novas tecnologias que captam mudanças sutis na voz de um paciente podem ajudar os médicos a diagnosticarem o comprometimento cognitivo e a doença de Alzheimer, antes que os sintomas comecem a aparecer. É o que afirma o pesquisador Ihab Hajjar, do Peter O'Donnell Jr., Instituto do Cérebro da UT Southwestern Medical Center, que liderou um estudo publicado na Alzheimer's Association.

“Nosso foco foi identificar alterações sutis de linguagem e áudio que estão presentes nos estágios iniciais da doença de Alzheimer, mas que não são facilmente reconhecíveis por familiares ou pelo médico de cuidados primários de um indivíduo”, disse Hajjar. Para isso, os pesquisadores usaram ferramentas avançadas de aprendizado de máquina e processamento de linguagem natural (NLP) e avaliaram padrões de fala em 206 pessoas – 114 que atendiam aos critérios de declínio cognitivo leve e 92 que não apresentavam comprometimento.

Os participantes do estudo, que estavam matriculados em um programa de pesquisa na Emory University em Atlanta, receberam várias avaliações cognitivas padrão antes de serem solicitados a registrar uma descrição espontânea de 1 a 2 minutos sobre uma obra de arte.“As descrições gravadas da imagem nos forneceram uma aproximação das habilidades de conversação que poderíamos estudar por meio de inteligência artificial para determinar o controle motor da fala, densidade de ideias, complexidade gramatical e outras características da fala”, explica o Dr. Hajjar.

A equipe de pesquisa comparou a análise da fala dos participantes com suas amostras de líquido cefalorraquidiano e exames de ressonância magnética para determinar com que precisão os biomarcadores de voz digital detectaram tanto o comprometimento cognitivo leve quanto o estado e a progressão da doença de Alzheimer.

“Antes do desenvolvimento do aprendizado de máquina e da PNL, o estudo detalhado dos padrões de fala em pacientes era extremamente trabalhoso e muitas vezes não era bem-sucedido porque as mudanças nos estágios iniciais eram frequentemente indetectáveis ​​ao ouvido humano”, disse o autor principal do estudo. “Este novo método de teste teve um bom desempenho na detecção de pessoas com comprometimento cognitivo leve e, mais especificamente, na identificação de pacientes com evidência de doença de Alzheimer – mesmo quando não pode ser facilmente detectado usando avaliações cognitivas padrão”. completou.


Durante o estudo, os pesquisadores gastaram menos de 10 minutos capturando a gravação de voz de um paciente. Os testes neuropsicológicos tradicionais geralmente levam várias horas para serem administrados. Por isso, os cientistas afirmam que, se confirmado com estudos maiores, o uso de inteligência artificial e aprendizado de máquina para estudar gravações vocais pode fornecer aos prestadores de cuidados primários uma ferramenta de triagem fácil de executar para indivíduos em risco.


Dr. Hajjar ainda reforça que “diagnósticos precoces dão aos pacientes e familiares mais tempo para planejar o futuro e aos médicos maior flexibilidade na recomendação de intervenções promissoras no estilo de vida”.

A pesquisa deste estudo foi apoiada por doações do National Institutes of Health/National Institute on Aging e da Alzheimer's Drug Discovery Foundation. O Dr. Hajjar detém a Distinguished University Chair da Família Pogue em Pesquisa e Cuidados Clínicos na Doença de Alzheimer, em memória de Maurine e David Weigers McMullan.


Fonte:https://revistagalileu.globo.com/saude/noticia/2023/04/ia-pode-detectar-sinais-precoces-de-alzheimer-em-padroes-de-fala-mostra-estudo.ghtml

Alzheimer: pesquisadores criam inteligência artificial que consegue diagnosticar a doença

Ferramenta detecta, a partir dos níveis de glicose do cérebro, uma imagem mais ampla do órgão e identifica padrões ligados aos sintomas

Por Bernardo Yoneshigue

25/04/2022 19h46  Atualizado há um ano


Pesquisadores do departamento de neurologia da Mayo Clinic, nos Estados Unidos, criaram uma tecnologia que utiliza inteligência artificial para diagnosticar, monitorar e auxiliar no tratamento da doença de Alzheimer. O modelo faz parte de um estudo publicado recentemente na revista científica Nature Communications e interpreta toda a função do cérebro, em vez de regiões específicas, para identificar a relação entre a anatomia do órgão e a doença e seus sintomas, explicam os cientistas.

“Esse novo modelo pode avançar nossa compreensão de como o cérebro funciona e se decompõe durante o envelhecimento e durante a doença de Alzheimer, fornecendo novas maneiras de monitorar, prevenir e tratar distúrbios da mente”, disse o neurologista da Mayo Clinic e autor principal do estudo, diz David Jones, em comunicado.


Os responsáveis pelo trabalho explicam que a relação entre os sintomas da Alzheimer, os danos no cérebro e a anatomia do órgão não são muito claras, além de algumas pessoas terem mais de uma doença neurodegenerativa, o que torna o diagnóstico ainda mais difícil – uma realidade que pode mudar com o novo modelo criado pelos pesquisadores.


A novidade foi desenvolvida para funcionar a partir dos níveis de glicose no cérebro medidos com a ajuda de uma tomografia computadorizada. Isso porque doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer, a demência de corpos de Lewy e a demência frontotemporal, por exemplo, apresentam diferentes padrões de uso da glicose no órgão.

No estudo, o modelo de inteligência artificial analisou 423 participantes que têm deficiências cognitivas. Ele funciona transformando a anatomia cerebral complexa, que envolve os sintomas da demência, em uma estrutura que identifica áreas do cérebro associadas a distúrbios neurodegenerativos e funções mentais de forma simples. Os padrões de imagem gerados foram diretamente relacionados aos sintomas que os pacientes contaram experimentar.

Com isso, os cientistas perceberam que 51% das variações nos padrões de uso de glicose no cérebro de pacientes com demência podem ser explicadas por apenas 10 padrões, e que cada paciente tem uma combinação única desses padrões que se relacionam com o tipo de sintomas que experimentam. Assim, é possível identificar a doença e também a forma como ela vai atuar no paciente.


Agora, os cientistas que desenvolveram a inteligência artificial estão trabalhando com esses 10 padrões para criar outros sistemas inteligentes que ajudem a interpretar de forma fácil exames cerebrais de pacientes que ainda estão sendo avaliados para a doença de Alzheimer e síndromes relacionadas.

"Este novo modelo computacional, com mais validação e suporte, tem o potencial de redirecionar os esforços científicos para se concentrar na dinâmica da biologia de sistemas complexos no estudo da mente e da demência, em vez de focar principalmente em proteínas mal dobradas", acrescenta Jones.


Fonte:https://oglobo.globo.com/saude/medicina/noticia/2022/04/alzheimer-pesquisadores-criam-inteligencia-artificial-que-consegue-diagnosticar-doenca-25484997.ghtml

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