ESTUDO COMPROVA EFICÁCIA DO DISTANCIAMENTO SOCIAL NA CONTENÇÃO DA CoVID-19


Estudo comprova eficácia do distanciamento social na contenção da Covid-19 (Foto: Pixabay)

Estudo comprova eficácia do distanciamento social na contenção da Covid-19 (Foto: Pixabay)

Estudo comprova eficácia do distanciamento social na contenção da Covid-19

Uma combinação de quarentena, fechamento imediato das escolas e distanciamento do local de trabalho pode reduzir o número de contágio em até 99,3%


Um novo estudo realizado em Cingapura e publicado no The Lancet provou que o distanciamento social é, de fato, uma alternativa eficaz no combate ao novo coronavírus. Segundo os especialistas, as medidas de quarentena (para indivíduos infectados e suas famílias), tal como o fechamento de estabelecimentos e o incentivo ao home office, se mostraram mais eficazes na redução de casos de Covid-19 quando combinadas.
"Os resultados desse estudo fornecerão aos criadores de políticas em Cingapura e em outros países, com evidências para iniciar a implementação de medidas aprimoradas de controle de surtos que poderiam mitigar ou reduzir as taxas de transmissão local, se implantadas de maneira eficaz e oportuna", afirmou Alex Cook, da Universidade Nacional de Cingapura, em declaração à imprensa.
Para realizar o estudo, os especialistas consideraram um cenário base, que não incluiu intervenções governamentais, e outras quatro alternativas: 1) isolamento de indivíduos infectados e quarentena de seus familiares; 2) quarentena e fechamento imediato das escolas por 2 semanas; 3) quarentena e distanciamento imediato do local de trabalho, em que 50% da força de trabalho é incentivada a trabalhar em casa por 2 semanas; 4) uma combinação de quarentena, fechamento imediato das escolas e distanciamento do local de trabalho.
Comparado com o cenário base, a intervenção combinada (4) foi a mais eficaz, reduzindo o número médio estimado de infecções em até 99,3%. Os médicos também ressaltam que o distanciamento social se provou eficaz considerando casos assintomáticos, que são aqueles nos quais os infectados mostram poucos ou nenhum sintoma da Covid-19.
Desigualdade social
Os especialistas da Universidade da Califórnia que não participaram do estudo, Joseph Lewnard e Nathan Lo, ressaltam que, embora as bases científicas favoráveis a essas intervenções sejam grandes, considerações éticas devem ser feitas. "É importante ressaltar que os líderes políticos devem adotar políticas de quarentena e de distanciamento social que não influenciem nenhum grupo populacional", escreveram os especialistas em um comentário do estudo.
De acordo com eles, o legado de injustiças sociais e econômicas perpetradas em nome da saúde pública têm repercussões duradouras e essas intervenções podem representar riscos de redução de renda e até perda de emprego, afetando desproporcionalmente as populações mais desfavorecidas. "Atenção especial deve ser dada às proteções para populações vulneráveis, como sem-teto, encarcerados, idosos ou pessoas com deficiência e imigrantes sem documentos", ressaltam Lo e Lewnard. "Da mesma forma, podem ser necessárias exceções para certos grupos, incluindo pessoas que dependem de tratamento médico em andamento."

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