CIENTISTAS RECRIAM EM 3D AS 27 PROTEÍNAS QUE COMPÕEM O NOVO CORONAVÍRUS


Cientistas recriam em 3D as 27 proteínas que compõe o novo coronavírus (Foto: Pacific Northwest National Laboratory)

Cientistas recriam em 3D as 27 proteínas que compõe o novo coronavírus (Foto: Pacific Northwest National Laboratory)

Cientistas recriam em 3D as 27 proteínas que compõem o novo coronavírus

De acordo com os especialistas, estudar essas estruturas é essencial para o desenvolvimento de medicamentos contra o Sars-CoV-2, causador da Covid-19


O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 possui 27 proteínas em sua composição — e estudá-las têm sido o foco de um grupo de pesquisadores nos Estados Unidos. Segundo a equipe, que conta com especialistas do Centro de Genômica Estrutural de Seattle para Doenças Infecciosas e do Laboratório Nacional do Noroeste Pacífico, estudar a estrutura 3D dessas proteínas é essencial para a criação de medicamentos contra o microrganismo.
Isso porque essas moléculas são as responsáveis por entrar em contato com as células humanas, invadi-las e destruí-las. "Precisamos entender o papel que cada uma [dessas proteínas] desempenha ao permitir que o vírus 'sequestre' as células hospedeiras humanas e se replique", afirmou Garry Buchko, um dos pesquisadores, em comunicado.
Para mapear essas proteínas, os cientistas utilizaram um método conhecido como cristalografia de raios-X, que produz um registro em nível atômico, e a técnica de espectroscopia de ressonância magnética nuclear. Descobrir como são essas estruturas ajuda os cientistas a desenvolverem melhores tratamentos ou vacinas contra uma série de patógenos — Buchko e seus colegas já ajudaram na criação de drogas contra a tuberculose, o ebola e a gripe, por exemplo.
Mas os especialistas não estudam diretamente o Sars-CoV-2: eles usam trechos de código genético para estudar uma proteína de cada vez, cultivando-as individualmente em bactérias. A combinação dessa com outras técnicas permite aos cientistas observar detalhadamente os aminoácidos que compõe cada proteína — em alguns casos, eles conseguem até apontar onde estão os átomos de carbono, nitrogênio e hidrogênio na molécula.
A equipe, então, une todas essas informações e cria a estrutura do novo coronavírus em 3D. "Em nosso trabalho atual, nossa esperança é de que outros [pesquisadores] possam usar nossas descobertas para o design de medicamentos", observou Buchko. "Talvez [esses cientistas] consigam encontrar um lugar específico da proteína para focar que enfraqueça a virulência do microrganismo."

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