Inteligência Artificial
pode substituir o ser humano na tomada de decisão?
Por Uranio Bonoldi*
Celulares,
carros autônomos, redes sociais, sistemas de atendimento, fazem com que a
Inteligência Artificial seja inserida na nossa rotina.
Hoje, com um simples comando de
voz conseguimos ativar uma eficiente assistente que vive magicamente dentro de
nossos smartphones, seja para fazer nossas ligações, nos dizer como está o
tempo ou até procurar o restaurante mais próximo. Somos diariamente auxiliados
por diversos mecanismos e softwares de Inteligência Artificial, como a Siri,
assistente inteligente dos aparelhos da Apple. Não só celulares, mas também
carros autônomos, redes sociais, buscadores da Internet, sistemas de
atendimento, fazem com que a Inteligência Artificial (IA)
esteja inserida em nossa rotina.
De
modo geral, a IA é a capacidade das máquinas de pensarem como seres humanos e,
apesar de serem apoiados em dados digitais, esses sistemas tomam decisões de
forma independente. Essa habilidade nos ajuda a resolver problemas práticos,
conseguir respostas rápidas, poupar tempo e a tomar decisões. Mas como seria se
esses sistemas tomassem decisões por nós?
Por
conta de uma capacidade de armazenamento e análise de dados cada vez maior,
estamos nos aproximando de um cenário em que a IA desempenhará um grande papel
em nossas escolhas e com grande autonomia. Algumas empresas globais já estão
migrando para um estilo de tomada de decisão baseado em algoritmo e liderado
por esses sistemas.
Um exemplo disso são os
sistemas de CRM (Gestão de
Relacionamento com o Cliente) que permitem muitas funções automatizadas,
ajudando equipes de venda e marketing a trabalharem com mais eficiência. Essas
decisões tomadas pela IA, também são executadas diariamente através de sistemas
de recomendação em sites e aplicativos de música e, na internet, bots estão
constantemente classificando nossos interesses em sites, páginas e produtos.
Será que isso trará um impacto positivo para nossas vidas?
Em
2018, a IBM apresentou o Project Debater, uma IA com capacidade de não só
decidir mas também argumentar. Esse projeto fundamenta-se no princípio de que
nós humanos somos emocionais e que em muitos casos as emoções interferem nas
decisões levando a um resultado não positivo. O Debater da IBM pode ser útil em
casos em que há conflito e emoção em um argumento e tem o objetivo de nos
ajudar a tomar decisões mais bem informadas e racionais.
Seja
no trabalho ou na vida pessoal, sem sombra de dúvidas, esse tipo de tecnologia
pode nos tornar pessoas e profissionais mais produtivos e melhorar a velocidade
e a qualidade com as quais as decisões são tomadas. É um novo e mais rápido
meio para a eficácia e eficiência, e possui potencial para nos levar a
capacidades inovadoras e melhores oportunidades.
Você
pode estar se perguntando: mas até que ponto eu posso confiar em decisões
tomadas por uma interface inteligente? Com certeza esta é uma questão a ser
refletida.
A
IA pode se tornar nossa grande aliada e, combinada com a inteligência humana,
pode nos levar a caminhos e resultados incríveis. Cabe aqui a fala do Dr. Aya
Soffer, vice-presidente sênior de AI Tech da AI Research da IBM, sobre o
Debater:"O que estamos fazendo com o Project Debater é desenvolver
tecnologia que possa ajudar a tomar decisões mais informadas, e não tomar as
decisões por você", disse.
Devemos
lembrar que a IA sempre estará trabalhando com o que o homem aprendeu,
regulamentou e que acabou por se tornar um padrão, portanto, algo repetitivo,
baseado nos padrões passados. E como fica a inovação? O futuro? Aquilo que é
novo? Esta atribuição é da decisão do homem e não da máquina!
Portanto,
acrescento que não devemos deixar de acreditar em nossa intuição e na nossa
capacidade de decidir. Até porque ninguém conhece você melhor do que você
mesmo!
*Por Uranio Bonoldi, professor em cursos de
MBA na Fundação Dom Cabral, é palestrante e escritor. A partir de sua longa
experiência executiva em cargos de alta gestão, observou a dificuldade das
pessoas em tomar decisões não só nos negócios, mas também na vida pessoal. Tal
constatação levou-o a integrar sua experiência profissional a pesquisas e
reflexões sobre liderança e processo de decision making. Na Fundação Dom Cabral
ministra aulas para executivos sobre "Poder e Tomada de Decisão".
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